quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Desesperador Mundo Quadrado

     Eu acordei num lugar estranho. Tudo estava muito silencioso. Abri meus olhos e fitei o céu azul acima de mim. Era dia. O sol estava alto.
     Onde eu estou?
     A única coisa que me lembro de ontem é... o que era mesmo? Eu não consigo me lembrar.
     Mas sei que sou Steve.
     Me sentei na grama onde estava deitado, e esfreguei meu olhos. Talvez eu estivesse sonhando. Encarei tudo a minha volta. As coisas pareciam tão reais... talvez não esteja mesmo sonhando.
     Me levantei ainda me sentindo um pouco tonto. Talvez se eu fosse andando por estas terras encontraria alguém que me dissesse onde estou e o que está havendo.

     Caminhei por muito tempo. E tudo o que eu via era nada mas que árvores. Alguns poucos animais e montes de blocos... quadrados...
     Espere! Quadrados?
     Me aproximei de uma colina baixa por ali e olhei tudo mais de perto. Era realmente quadrado. Olhei em volta mais um vez. TUDO nesse lugar é assim! As nuvens, os animais, as folhas. Até o sol. O sol era quadrado. E passava muito rápido. Em pouco tempo escureceria. Eu preciso de algum lugar para passar a noite. Decidi continuar andando.
     Andei. Andei. E andei. Até que me cansei e desisti. Subi numa colina e me sentei no topo dela encostado num bloco de terra. Encarei o céu e vi a lua surgindo. As estrelas começavam a brilhar.
     Estava escurecendo.
     De fato, naquela escuridão, sozinho. Eu senti uma pontada de medo. Medo de estar realmente abandonado nesse lugar estranho.
     Pensei que não veria nada de diferente durante a noite, já que acreditar estar completamente só aqui. Eu, os animais e a solidão.
     Mas estava enganado.
     Percebi uma pequena movimentação ao longe. Estreitei os olhos e vi que era... uma criatura... verde. Tinha quatro "patas" onde seriam pernas, mas não tinha braços. Ele andava lentamente olhando para todo lado e eu o acompanhei com o olhar podendo ver outras criaturas por lá.
     Aranhas gigantes de olhos vermelhos brilhantes. Zumbis. Esqueletos armados com arcos e flechas.
     E um ser alto. Escuro. De olhos roxos.
     Eu não sei o que está acontecendo. Me levantei num pulo e comecei a dar alguns passos para trás de costas até que tropecei em meu próprio pé e caí. Então escutei um barulho. Direcionei para meu olhar para as árvores e eu vi. Duas aranhas correndo em minha direção sendo seguidas de três zumbis. Eu tornei a ficar de pé e corri o máximo possível sem qualquer rumo.
     Desci da colina correndo sendo seguido por ainda mais criaturas. Eu corria sem olhar para trás por ter medo. E podia ouvir explosões por perto. À alguns metros de distância avistei uma caverna e não pensei duas vezes antes de correr para dentro dela.
     Estava escuro. Mas encontrei uma pequena poça de lava, o que clareava o ambiente escuro e frio. Continuei correndo caverna à dentro e me escondi atrás de alguns blocos de pedra. As criaturas se separaram. Algumas entraram e as outras não. Suspirei um pouco aliviado.
     Passei toda a noite escondido. Sentindo arrepios com qualquer barulho que escutasse. Eu me assustava com minha própria respiração. Mas continuei lá. Tentando fazer o mínimo de barulho possível. E quando finalmente amanheceu, eu corri para fora e fui o mais longe que consegui. Porém, algo estava estranho.
     As criaturas... não estão mais aqui. Não há mais nenhuma. Nada. Isso talvez fosse bom.


    Três dias se passaram depois disso. Durante o dia, eu procurava e estocava mantimentos. Durante a noite, me escondia em cavernas. Eu continuo com medo da minha própria sombra. Não aguento mais esse sofrimento. Não suporto mais isso! Eu preciso de um jeito de acabar logo com isso!
    Eu não aguento mais! Eu nã...
    Espere! Escutei algo.
    Ao levantar a cabeça, eu vi dois zumbis prontos para me atacar. Eu fugi para mais fundo na caverna. E subi o máximo que podia. Não seria bom se fosse para fora, há mais deles lá.
    Mas eu me perdi na escuridão. Agora estou encostado numa parede olhando o lugar em que me meti. Mais à frente havia quase um tipo de penhasco. E metros lá embaixo. Havia um rio de lava.
    Não sei quantos dias se passaram. Não sei se é dia. Se é noite. Estou preso aqui já faz muito tempo. Minha comida acabou. Me sinto tonto e fraco. Eu não suporto mais isso.
   Me levantei com muito esforço, caminhei até a beirada e olhei para baixo. A lava estava me chamando.
   Então eu fui até ela...


   ... Acordei num lugar estranho. Era perturbadoramente silencioso. Não sei onde estou. Não me lembro como vim parar aqui.
       Apenas sei... que meu nome é Steve. E mais nada.